Taxa de Esforço, O Que É?

A taxa de esforço corresponde ao peso total dos créditos nos rendimentos líquidos, do agregado familiar, isto é, após o recebimento do rendimento líquido, uma fatia é logo fragmentada para os créditos, conforme a fórmula abaixo:

 

[Total de prestações financeiras / Rendimento mensal líquido] x 100 = Valor da Taxa de Esforço em percentagem.

 

Esta taxa de esforço, num cenário ideal, deverá situar-se abaixo dos 30%, que corresponde a cerca de um terço dos rendimentos, permitindo que o restante rendimento seja canalizado para os outros encargos, ou seja, nesta fórmula não estão incluídos os gastos familiares, como é o caso dos seguros, mensalidades com escolas ou infantários, etc.

Para o auxiliar a conhecer a sua realidade, o Banco de Portugal disponibiliza um simulador, que poderá encontrar no link abaixo, e que lhe permite auxiliar nesse cálculo, de forma rápida.

https://www.todoscontam.pt/pt-pt/simuladororcamentofamiliar

Se a informação a obter é unicamente a Taxa de Esforço, para tal bastará preencher os dois quadros abaixo e proceder ao cálculo:

Aplicando a fórmula acima indicada poderemos simular o seguinte caso:

Rendimento líquido mensal: 1.500,00 x14= 21.000,00

Prestação de crédito à Habitação: 350,00

Prestação de crédito à Automóvel: 100,00

Prestação de crédito à Habitação: 50,00

Total: 500,00 x 12 = 6.000,00

 

Taxa de esforço = (6.000,00/21.000,00) * 100= 28,57%

 

Como se pode observar no quadro abaixo, os resultados são apresentados com base na informação carregada, identificando ainda uma sugestão, neste caso ao nível da aplicação da poupança.

Contudo, se pretender aprofundar a sua situação poderá preencher todos os separadores e obter o seu orçamento pessoal ou onde é efetuada a aplicação do seu rendimento.

Com este simulador fica visível a sua situação financeira e algumas questões surgiram, como é o caso:

– Qual a minha taxa de poupança?

– Qual a rubrica que mais rendimento consome?

– Onde posso reduzir encargos?

– Como posso aumentar os meus rendimentos?

– Quais os meus objetivos anuais?

 

A preparação para a aquisição de um imóvel com o recurso ao crédito poderá ter uma maior viabilidade ou possibilitar-lhe uma maior capacidade negocial caso a taxa de esforço seja mais equilibrada, ou seja, menor que 30%.

O planeamento é essencial e o primeiro passo no processo poderá ser encetado pela consciencialização do seu cenário atual. Posteriormente, a definição de objetivos ou metas vão auxiliar na otimização dos seus resultados e na obtenção de uma maior segurança. Esta estratégia aplica-se sobretudo nas empresas, mas é sensato extrapolá-la para a nossa vida pessoal, principalmente na fase em que nos encontramos, onde a instabilidade e aumento generalizado dos preços podem desequilibrar o nosso orçamento.

Acresce ainda que as entidades bancárias, no momento da apresentação da proposta de crédito, atentam em informações adicionais, como é o caso do número de elementos do agregado familiar e das despesas associadas a cada elemento. Estes elementos vão engordar a fórmula da taxa de esforço, praticada pelos bancos, que os auxilia no aferimento do risco inerente à concessão do crédito.

Contudo, o peso da adição de mais uma prestação tem que ser comportável no orçamento familiar, ou por outro lado, ponderar se o esforço a exercer será excessivo, levando ao seu incumprimento. Se esta possibilidade existir, avalie se a transferência do seu crédito para uma entidade bancária que lhe permita reduzir custos ou proceder à unificação dos créditos existentes.

A renegociação de alguns créditos ou a consolidação também poderão auxiliar na diminuição da taxa de esforço, desde que seja reduzida a taxa, o prazo ou o valor dos créditos em curso. 

Esteja atento e verifique se essa renegociação não é apresentada como dificuldade no cumprimento do contrato e originar a um registo no Banco Portugal. O registo destas informações poderão, futuramente, condicionar o acesso ao crédito ou negociação das condições existentes.

Como podemos constatar a taxa de esforço é um indicador precioso ao qual deveremos ter uma atenção redobrada, podendo melhorá-lo com a melhoria das condições dos créditos existentes, conforme referido, mas também através do aumento do seu rendimento. 

Se acha que é difícil deixo aqui algumas sugestões:

– Transformar o seu part-time numa atividade extra remunerada, como é o caso da bricolage, passear animais, dar apoio a idosos nas suas atividades ou facilitar a utilização das novas tecnologias, etc.;

– Caso tenha um conhecimento extra numa área específica, dos quais destaco: cozinhar, jardinagem, decoração, conhecimento de línguas, escrever, entre outros, poderá utilizar esses dons e ministrar cursos, workshops ou tutoriais.

As capacidades e Know How, de que dispõe, certamente, se transformam numa fonte de rendimento extra, dando um alívio financeiro o qual poderá ter um cariz de “porquinho mealheiro”, auxiliando em situações de maior dificuldade, para implementar o seu plano de poupança/investimento ou, simplesmente, para concretizar o seu sonho.

Em suma, com um plano bem definido, com identificação dos objetivos a alcançar, dos recursos e dos encargos que incorre mensalmente e levantamento das atividades extra a implementar, certamente lhe garantirão um maior conforto e no momento da contratação de um crédito uma maior capacidade de argumentação.

 

Se este processo lhe parece muito doloroso, pode sempre contar com um assessor financeiro ou intermediário de crédito, que o auxiliará gratuitamente.

Se pretender saber mais sobre este e outros assuntos contacte-nos:
cmatias5963@gmail.com

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