Top 10 para Poupar no Crédito de Habitação

O crédito à habitação representa um contrato para a vida inteira e antes de aceitar este casamento reflita nas 10 dicas que aqui apresento:

1. Tem o capital inicial necessário

Atualmente as entidades bancárias apresentam como valor mínimo 10% do valor da escritura, quando se trata da habitação própria permanente, mas esse montante poderá crescer consoante a entidade bancária ou se proceder à aquisição de outros imóveis com recurso ao crédito. Preparar uma poupança para este custo e para os custos, como escrituras e comissões, pode aliviar a pressão, no momento da contratualização de crédito.

2. Taxa variável, Taxa Fixa ou Mista

taxa variável atualmente é mais atrativa porque como é indexada à Euribor (3, 6 ou 12 meses) que atualmente evidencia valores negativos, consegue ser a mais interessante, para quem tem uma taxa de esforço reduzida e um aumento do spread não irá afetar significativamente o seu orçamento. Por outro lado, a taxa fixa poderá revelar-se mais apelativa, uma vez que atualmente evidência taxas muito reduzidas, as quais ficam garantidas a longo prazo. Se não quer ter surpresas ao longo do empréstimo ou se tem uma situação profissional instável, esta é uma alternativa com mais vantagens, porque caso se verifique alguma alteração profissional não afetará a sua taxa de juro.
Por outro lado, poderá fazer uma combinação de ambas, ou seja, durante um período pré determinado, que poderá ser de 2, 5 ou 10 anos, irá vigorar uma taxa fixa passando e posteriormente passará para taxa variável. Permite, que na fase inicial, a prestação a pagar, seja sempre igual e com a transição para a taxa variável obter outro tipo de vantagens, que poderão passar pela afetação de uma Euribor mais vantajosa.
Por fim saliento que a duração do empréstimo fica condicionada ao tipo de taxa associada, assim para uma taxa fixa o prazo é inferior ao aplicada num empréstimo com taxa variável.
Para quem pretender efetuar antecipação de amortização, ou seja, efetuar pagamentos periódicos do capital as comissões associadas a cada tipo de taxa não são iguais, sendo mais danosas na taxa fixa (2%) do que na taxa variável (0,5%).

3. Duração do empréstimo

A idade atual do proponente mais velho, é o grande condicionador do prazo máximo a considerar, podendo atingir os 35 ou 40 anos em algumas instituições financeiras. Contudo, o BPortugal apresentou como recomendação que esse prazo seja ajustado para os 30 anos.
Mas se por um lado, pagar o empréstimo durante um período mais longo permite obter uma prestação mensal menor, também representa o pagamento de um montante maior de juros e a manutenção de um encargo durante mais tempo. Se optar pelo período máximo não descore, porque a carga é elevada chegando a duplicar o montante do financiamento inicial e associe um plano de poupança, e logo que possível proceda a entregas regulares ou opte por uma amortização antecipada.

4. Comissões associadas (bancos)

As comissões representam os rendimentos que os bancos auferem pela realização de diversas operações. Proceder a uma análise ou comparação, nem sempre é fácil, porque as nomenclaturas são variáveis para cada instituição. Contudo, não se coíbam de perguntar a que se refere cada uma e solicitar uma renegociação. Este custo inicial pode ser reduzido e poderá auxiliar no momento da decisão de escolha, do banco mais económico.

5. Incluir os seguros vs melhor spread

Quando os bancos apresentam o spread bonificado indicam sempre quais os produtos obrigatórios, para garantir as condições contratadas e os seguros de multirriscos habitação e seguro de vida são quase sempre como obrigatórios.
A melhor metodologia para avaliar se a redução do spread é benéfica face à contratualização e manutenção dos seguros propostos pelo banco é proceder a cálculos. Só assim ficam conscientes das discrepâncias e garantam que a poupança de spread supera o acréscimo do encargo, ao incluir os seguros no contrato.
Se verificarem que não é vantajoso podem negociar manter apenas um seguro (o menos dispendioso) ou manter os seguros fora das condições contratuais.

6. Crosseling (cartão de crédito com cash-back)

Além dos seguros obrigatórios podem ainda ser indicados outros produtos, como os depósitos a prazo, PPR, cartão débito, cartão de crédito, reforço mensal do depósito a prazo, domiciliação do ordenado, pagamento de despesas,… Verifiquem sempre a possibilidade de cumprir com estas obrigações, pois à primeira falha passará a ser aplicado o spread sem bonificação que pode representar uma prestação significativamente maior.

7. Despesas com manutenção das contas

Atualmente quase todos os bancos apresentam custos com a manutenção da conta.
Avaliem quais os montantes mensais e como podem negociar a sua redução ou isenção ou optar por:

Serviços mínimos bancários. Conhece este tipo de conta?
A conta de serviços mínimos bancários é uma conta à ordem que permite ao respetivo titular aceder a um conjunto de serviços bancários considerados essenciais a custo reduzido.

8. Fazer PPR para deduzir ao capital no futuro

Poupar para o futuro ou para amortizar no capital solicitado. Escolha a opção que lhe traga maior rendimento ou que esteja de acordo com o seu plano financeiro. Ao rendimento deverá deduzir os custos associados, como é o caso das comissões associadas pelos seu resgate. Por outro lado, o PPR poderá se transformar numa boa estratégia fiscal, pois sempre que cumpridos determinados requisitos e limites é possível obter uma poupança fiscal.

9. Comissão pela amortização antecipada

A comissão pela antecipação varia diretamente quando o contrato tem envolvida uma taxa variável (0,5%) ou taxa fixa (2%). A análise ponderada da situação financeira atual e futura, de cada um e a expetativa de evolução do spread podem ser duas variáveis a considerar. Mas cada um deverá estar consciente do grau de incerteza e o risco envolvido para que escolha da taxa se coadune às suas expetativas.

10. Amortizar um montante todos os anos

Esta certamente será a dica surpresa… se todos os meses cumprir com o acordado o plano é executado na perfeição, mas nada como antecipar o final, diminuir o sufoco e começar a trabalhar na liberdade financeira.
Os grandes gurus defendem uma poupança de 30% do rendimento obtido. Mas se esse montante for muito ambicioso, comece por um montante mais ajustado à sua realidade, tendo como principal objetivo uma amortização anual de capital. Deixo aqui um exemplo para que possa avaliar o impacto desse gesto de persistência e dedicação.

Exemplo:
Poupança: 50€ mês
Período: 12 meses
Total poupado: 600€/ano
Se utilizar o valor poupado para amortizar o capital, dependendo do período em falta, pode representar poupança em juros no valor de 3.000,00.

Replique esta poupança e escolha.

Se optar por manter o valor da prestação pode antecipar o fim do empréstimo ou manter o prazo e verificar uma redução na prestação mensal.

Considerando assim estas 10 dicas, pondere e equacione cuidadosamente se quer um crédito à habitação e em que condições quer fazer esse contrato. Defina objetivos concretos e sempre que possível deve solicitar o apoio de um profissional.

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